O cinema na opinião de um grande filósofo brasileiro contemporâneo
O
cinema na opinião de um grande filósofo brasileiro contemporâneo
Sempre
bom encontrar uma boa crítica de cinema. Vemos muitas pessoas
comentando os trabalhos da sétima arte, mas poucos com um enfoque
mais filosófico. Já comentamos aqui a opinião de Cziczec e agora
temos a opinião de um filósofo brasileiro, Cléverson Israel
Minikovsky, que já conta com 28 livros e que nos brinda com uma obra
de vários volumes, a Summa Philosophica, que conta com 10000 teses,
e, da qual tirei um capítulo em específico sobre o cinema. Vale a
pena conferir, a obra se encontra em site Clube de Autores. Vejam o
capítulo em questão:
CINEMA
COMO RELATIVIZAÇÃO DAS TEOLOGIAS
Tese
de n° 01.551: O filme do super-homem é uma grande teologia, o
super-homem é oriundo de um outro planeta e sua missão é salvar a
Terra, uma vez exposto à criptonita fica débil e frágil como
qualquer outro ser humano e seu inimigo capital é o criminoso
universal Lex Luthor.
Tese
de n° 01.552: Em O Senhor dos Anéis o que se vê são três tribos,
a dos anões, a dos elfos e a dos humanos e sempre se corre o risco
de as trevas prosperarem porque a raça humana na pessoa de Ilsiodor
perdeu a grande chance de destruir o anel no Morro da Perdição.
Tese
de n° 01.553: Em O Conde Drácula, estória que migrou da literatura
para o cinema, o Drácula é o nobre que adquire a imortalidade
bebendo o precioso Sangue de Cristo e para manter seu defunto corpo
vivo precisa sugar o sangue dos humanos para saciar o apetite tal
qual morcego, os vitimados pelo vampiro tornam-se vampiros, os
vampiros temem crucifixo, alho e água benta, mas só morrem com uma
estaca cravada no coração.
Tese
de n° 01.554: Em Armagedon o que se tem é a prospecção científica
de que um meteoro colossal está prestes a atingir a terra e então
uma missão realizada por uma equipe norte-americana que incluía
desde cientistas altamente gabaritados até débeis mentais e então
cava-se um poço quilométrico, deposita-se uma bomba ultra-poderosa
no centro do astro e pulveriza-se o mesmo antes de atingir nosso
planeta.
Tese
de n° 01.555: Indiana Jones num filme quase consegue adquirir para
si o Santo Graal, o que lhe daria a imortalidade e noutra ocasião
evita que a Arca da Aliança caia nas mãos dos nazistas, o que
traduz o mais sagrado dos objetos prestes a cair nas mãos dos mais
profanos dos seres humanos.
Tese
de n° 01.556: Em Sociedade Secreta que ilustra a realidade dos
skulls se mostra que se é difícil ingressar numa sociedade secreta
é impossível dela sair, as regras do mundo interno da sociedade
secreta se sobrepõe às regras do mundo exterior, é um universo
dentro de outro universo e convive paralelamente com o mundo dos
leigos.
Tese
de n° 01.557: James Bond é um super-agente inglês que trabalha em
prol dos interesses dos Aliados, dirige desde uma motocicleta até um
helicóptero ou avião, maneja todo tipo de arma, domina todas as
tecnologias de ponta e as técnicas de espionagem, fala dezenas de
idiomas, é faixa preta em todas as artes marciais, segue a etiqueta
à risca, é elegante e é bem-sucedido sexualmente com todas as
mulheres.
Tese
de n° 01.558: Godzila é o produto de uma mutação genética em
função do despejo de produtos químicos em regatos e ele se
apresenta como uma anfíbio enorme, hermafrodita, com alta capacidade
reprodutiva que ameaça a espécie humana como espécie predominante
no planeta.
Tese
de n° 01.559: O Parque dos Dinossauros é uma genial ficção
científica na qual um mosquito fossilizado carrega no abdômen
sangue de dinossauro, mas a freqüência do DNA não está completa e
se faz uma reposição com um cromossomo de rã, ocorre que esta rã
tem a singular peculiaridade de mudar de sexo quando há
desequilíbrio na população entre fêmeas e machos e é assim que a
vida retoma seu ímpeto e volta à existência.
Tese
de n° 01.560: O cinema relativiza a teologia ao criar esquemas de
compreensão do mundo e chaves explicativas que se apresentam como
metanarrativas tão amplas como o projeto de salvação individual e
da humanidade búdico, tântrico, cristão, etc.
Após
partilhar essa genialidade, resta que tenhamos essa enciclopédia de
filosofia divulgada e cada vez mais prestigiada. Também que tenhamos
nos filósofos brasileiros e no cinema em geral um gosto mais
acurado. Eu mesmo escrevi meu Filmes e Filosofia, que ainda merece
maior prestígio, mas que dentre em pouco terá também seu destaque.
Fato é que há muito mais nos filmes do que imaginamos, e mesmo
naqueles que meu amigo citou acima, como Superman, Drácula, Senhor
dos Anéis e outros, vemos sempre uma cultura que assola e devora.
Vemos toda uma cosmovisão exsurgir da tela, seja ela grande ou
pequena.
Bela critica seu texto.
ResponderExcluirMuito obrigado pela parte que me toca, Mariano Soltys. Forte abraço. CLÉVERSON ISRAEL MINIKOVSKY
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