ASSASSINO A PREÇO FIXO: O ANTIGO E O ATUAL
ASSASSINO
A PREÇO FIXO: O ANTIGO E O ATUAL
Começarei
a fazer um comparativo e filmes antigos que tiveram suas versões
atualizadas, mudando atores e algo do roteiro. Hoje temos aqui o
Assassino a preço fixa (em inglês Mechanic, Mecânico), que em
Charles Bronson fazia tremer pela inteligência e astúcia do
personagem, bem como de seu lado refinado em residência. Já o
atual, com o ator de Carga Explosiva, Jason Stathan, somou alguma
luta corporal e característica do ator e do cinema atual, que além
de tiros não deixa de acrescentar os socos e chutes com uso ainda de
objetos, em golpes estilo Jackie Chun. O roteiro ficou um tanto
parecido com o filme antigo, apesar de no final explicarem as coisas,
o que no antigo era subentendido. De qualquer forma são dois filmes
que mostram a rotina de um matador de aluguel.
Tanto
no antigo quanto no novo, o filme se baseia na história de um
matador de aluguel que precisa assassinar um grande amigo, e depois o
filho desse amigo rico, o busca para aprender o ofício de Mechanic,
ou matador de aluguel, e assim descobre no meio das tantas que seu
mestre é o assassino do pai, e por fim deseja a vingança. O final é
surpreendente e sai um pouco dos clichês de filmes que geralmente se
apresentam. No antigo o jovem demonstra frieza ao ver sua irmã
tentar suicídio cortando os pulsos, e já no novo ele briga com
homem de rua e luta com outro sujeito bem mais forte que ele,
igualmente mecânico. Já no antigo o rapaz andava em festas e
demonstrava conhecimento em áreas diversas, como na habilidade em
pilotar motos. Cena de perseguição de motos é impagável no filme
antigo, bem como a do trator empurrando carro em precipício, ou das
bombas jogadas na estrada.
Já
no novo há umas cenas estranhas, como quando saltam de prédio
segurados por cabo de aço, o que mostra ser mais um facão e zoação
do filme. O antigo tinha uma seriedade e ar sombrio da época, coisa
que o atual não conseguiu reproduzir, e nem se igualar. Também
Bronson dá medo só de ver, com seu ar de espião russo, e cara
enrugada, o que o ator atual não demonstra possuir. Quanto a mansão
ou refúgio onde o assassino estuda e planeja a morte paga por seus
clientes, a atual vale pelo toca-disco hi-end (caríssimo...) e
sistema valvulado (igualmente), demonstrando o bom gosto do novo
personagem.
Marca
que fica no antigo e que no atual não se repediu, é o estudo e
parte intelectual do “profissional”. Com Bronson os estudos
tinham uma ficha e diversos detalhes das pessoas, procurando as
assassinar para que tudo fosse “limpo”, ou parecesse um acidente.
Na primeira vítima do novo, um cadeirante, se simulou um assalto de
carro, e todos acreditaram na história. Já no antigo os tiros de
sniper e luneta eram um meio de se retirar qualquer proximidade ou
desconfiança com relação ao trabalho.
Por
fim, a vida pessoal do Mecânico é sempre muito fria e distante, sem
amigos ou namoradas. Isso foi repetido quando ele contrata uma garota
de programa em balada, que finge ser sua amante. No antigo a moça
até lia uma carta de amor, tentando simular também esse afeto com o
profissional. Mas o novo aprendiz demonstra ter habilidades com armas
e luta corporal, o que o antigo não possuía. Uma analogia muito
inteligente do novo é que o ator ou mestre tem um carro que faz
manutenção, e assim é também mecânico no sentido usual. Em tudo
isso demonstra uma imperturbabilidade digna de um assassino de seita,
e uma noção de corporação muito forte, em que a ordem de matar
melhor amigo não é questionada. Por fim o empregado vira contra o
empregador e as regras são suspensas, interrompendo o maquiavelismo
e a ética amoral. Por fim, o filme novo também tem boa perseguição
de carro e o final idêntico ao antigo, o que pode trazer admiradores
de Bronson para novos títulos que imitem o mesmo.
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