O filme “Deus não está morto” e argumentos filosóficos
O filme “Deus não está
morto” e argumentos filosóficos
Esses dias vi o filme “Deus não está
morto” e de começo me impressionei e identifiquei com a defesa de liberdade de
culto, mas depois mais para o fim do filme me impressionei contrariamente,
observando clichês e rótulos, como em um muçulmano retratado com fanatismo e em
cristão festando após a morte de um homem, o que no filme pareceu-me suspeito.
Mas de bom restaram os argumentos sobre ateus e cientistas, em como da
filosofia sobre Deus e ciência, como teorias da origem do universo e geração
espontânea das coisas.
Ocorre
que um jovem (Josh) entra na universidade e numa aula de filosofia o exercício
proposto é escrever em uma folha: “Deus está morto”, assinando embaixo. Como o
jovem é cristão, se negou a escrever e enfrentou o professor de filosofia ateu,
oferecendo um debate e tendo por juiz a turma. Assim suas apresentações se
deram em seguida, tentando provar Deus e
mostrado sobre dúvidas na ciência, ficando o destaque para Darwin e para
o recém falecido, Stephen Hawking. Pois antes o professor havia colocado uma
lista de filósofos ateus no quadro. Fiquei a pensar na situação, e lembrei que
alguns filósofos eram até um tanto místicos, como René Descartes (a que o
professor na dublagem pronuncia errado o nome...), e mesmo em Newton, físico
que já biografei e mostrei que lia a Bíblia e escreveu sobre o Apocalipse.
Curioso o filme Cartesius, que mostra esse filósofo René Descartes fazendo suas
orações ajoelhado pelas manhãs. Fato que o filme colocou extremos para ambos os
lados, como se a única forma de acreditar em Deus fosse o cristianismo, ou como
se todos os cientistas e filósofos fossem ateus, ou os universitários, quando
Josh fala para o ministro religioso que de sua turma ninguém entraria na
Igreja. Mas a argumentação para provar Deus feita por Josh é agradável, com
belas cenas da origem do universo e citação do livro do Gênesis bíblico,
perfeito para o momento e tema. Mas a filosofia tem bastante prova sobre Deus,
desde Tomás de Aquino, Agostinho de Hipona, Pascal, Anselmo, Leibniz,
Malebranche, Berkeley e tantos outros, não precisando usar tanto o argumento
bíblico para esse trabalho. Mas no filme vimos o rapaz perder até a namorada em
sua luta por Deus, e a fé venceu as tentações da carne e do espírito. Por fim,
tanto o professor se arrependeria e aceitaria Cristo, como o aluno teria a sua
aprovação de amigos, se destacando um oriental e uma moça muçulmana convertida
ao cristianismo. Fato é que o cristianismo se tornou fraterno, e que supera as
diferenças culturais e é tratado com certo exagero, por outro lado. Hoje vemos
um cristianismo que se envolve de mazelas e que por alguns, se vê
desvalorizado, tristemente. O filme mostra argumentos filosóficos que podem
também provar Deus, e assim houve quem batesse palmas em cinema ao final do
filme. Como dizia Berkeley, a existência de Deus é mais certa que a minha. E
Nietzsche que teria falado de Deus estar morto, falava de um tempo que seria a
modernidade, com seu ponto de vista já distinto do que ele chamava de “além
mundo”. Mas Nietzsche era de uma família de pastores e religiosos.
O que restou, por fim, do filme foi a
argumentação filosófica, que raramente aparece no cinema. Vemos muitas modas e
argumentos rasos, como a luta pela liberdade ou sentidos heroicos que combinam
mais com revistas em quadrinhos, que com a realidade. Também o cinema gospel
ganha cada vez mais terreno, haja vista sucesso de produções recentes com temas
bíblicos. Vemos que a filosofia sempre contou com temas espirituais e que desde
gregos Aristóteles e Platão temos noção de um aparente céu e uma metafísica que
explica muito o que pensamos sobre Deus. A filosofia não precisa ser um combate
contra Deus, apesar de ser estranho falar no meio após a modernidade. Também a
ciência não pode negar a influência da religião e a colaboração de religiosos
em suas descobertas. O meu pensamento sempre levou em conta a existência de
Deus e nem por isso se afastou da ciência e da filosofia, pois parece o
Espírito Santo iluminar todas essas coisas, acima da nossa compreensão. E
também conheço ateus incríveis e nem por isso os queira mudar, haja vista o
livre arbítrio. O filme acaba estranhamente, numa festa após a morte do
professor, parecendo um sacrifício desnecessário. E ler a Bíblia é falar com
Deus, o seu processo de defesa. Deus não está morto: é a mensagem que fica.
imagens de :
https://blog.cancaonova.com/cuiaba/deus-nao-esta-morto/
https://anaflasilvas.wordpress.com/2014/08/22/o-desafio-deus-nao-esta-morto/
https://bibliotecarialeitora.wordpress.com/2014/11/17/resenha-filme-deus-nao-esta-morto/
https://anaflasilvas.wordpress.com/2014/08/22/o-desafio-deus-nao-esta-morto/
https://bibliotecarialeitora.wordpress.com/2014/11/17/resenha-filme-deus-nao-esta-morto/
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