Filme Lou Andreas-Salomé e a Filosofia


Filme Lou Andreas-Salomé e a Filosofia
           


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     Sempre que se lembra da intelectual, psicanalista e filósofa Luise Lou Salomé, a relaciona ao também filósofo, mas este pop, Friedrich Nietzsche, e muitos a depreciam por seu comportamento liberal para a época, não permitido às mulheres. Lou Salomé atraiu vários pretendentes ao casamento, mas ela sabia que na época uma mulher obedeceria ao marido, cuidaria dos filhos e da casa, não podendo estudar. Assim optou por não se casar por um bom tempo, tendo estudos e contatos com grandes intelectuais de sua época, e abrindo possibilidades a outras mulheres. 

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         O filme é de produção alemã, mostrando um Nietzsche um tanto louro e franzino, diferente do que apresentava em outras produções do cinema, além de se focar mais na mulher que deixou o grande pensador apaixonado. Lou Salomé é retratada como uma menina que desde pequena gosta de fazer o que meninos fazem, como subir em árvores, que não vê limitações a sua existência, pelo fato de ser mulher. Esta era judia e russa, e quando adolescente, conhece um pastor luterano que a deixa apaixonada, em uma biblioteca, mas evita relacionamento por este ser casado, porém conhecendo a filosofia por sua influência. O filme mostra ela achando um livro do filósofo Spinoza, e o pastor lhe indicando começar a ler a filosofia grega, o que encanta sobremaneira a jovem, que se debruça na leitura de pensadores por dias e noites, chegando a dormir na biblioteca. Lou Salomé não mais quis se apaixonar, sendo sobremaneira racional. Ela conversava com homens inteligentes, e este foi o contato que teve, recebendo muitos pedidos de casamento. Depois ela passa a se interessar pela filosofia alemã, e parece que daí conhece Nietzsche, quando apresentado por seu amigo Paul Ree. Depois, Salomé acaba por se apaixonar por um poeta, mas isso quando já Nietzsche tinha falecido, e ela mantinha um casamento de aparências com um homem mais velho, com o qual evitava qualquer contato. Também teria trocado cartas com Freud, e isso a leva para a psicanálise, sendo procurada quando idosa para tratamento, apesar de na Alemanha a atividade ser proibida na época, por ser declarada uma ciência judaica. 




         O filme retrata uma mulher mais digna do que retratada comumente, de modo a levar ela para a filosofia e psicanálise, que era o grande diferencial, e não mera aparência. Isso chocava os homens intelectuais de seu tempo, que geralmente não encontravam uma mulher independente e mais de acordo com seu espírito, para ter um diálogo inspirador. Por outro lado, Salomé acaba se apaixonando por um poeta mais feminino, que lhe desvenda o ser e lhe toca o coração. Essa produção alemã de 2016 deve ser conferida para quem gosta de saber mais sobre a situação das mulheres em século passado e sobre comportamento, bem como cultura e filosofia.
Mariano Soltys, advogado e filósofo

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