Filme “Não olhe para cima” e a ciência

 


Filme “Não olhe para cima” e a ciência

 





Um filme que está dando o que falar é o “Não olhe para cima”, em que tem diversas estrelas famosas, como Leonardo DiCaprio, Ron Perlman, Ariana Grande, Meryl Streep e outros.  O filme de cara mostra personagens que lembram governantes de extrema direita, eleitos em diversos países, além de CEO’s de grandes corporações, que hoje cuidam de impérios de redes sociais, tecnologias e outros. O filme revela um asteroide que tem o poder de destruir o planeta, mas que por políticos é escondido, sendo o cientista, no papel em que faz Leonardo DiCaprio, o profeta dessa catástrofe que minará a vida humana, contra políticos que o ignoram.





            A ciência, apesar de suas limitações, ainda é confiável. Outra questão que além do tema climático, de aquecimento global, seria a intenção de produtor, é o vírus que assola o mundo há alguns anos. Vemos um grupo que duvida da ciência, e que tristemente influencia grande camada popular, juntamente com negacionismo da religião e de opiniões pseudo-científicas, ou mesmo meramente conspiratórias e fantasiosas. No filme se percebe bem que ao não olhar a ameaça de morte, representada pelo asteroide, as pessoas são por fim sacrificadas, enquanto os políticos se veem salvos, indo habitar outro planeta. Ideias malucas desafiam a ciência, e há quem pague com a vida o preço dessa dúvida. A vacina não acabou com o vírus, mas salva muitas vidas, de vacinados que mesmo pegando o vírus, até nas variantes, conseguem ter menos gravidade em efeitos do vírus, ou preservar a vida. O movimento antivacina é forte, mesmo em países ricos e desenvolvidos, como Alemanha e EUA, mas isso custa caro, onde pessoas ainda continuam morrendo ou se contaminando. O filme mostra algo parecido, onde todos negam olhar para cima, seguindo o confuso conselho do governante.  A ciência merece sua crítica, por outro lado, e tanto Karl Popper, como a Escola de Frankfurt, ou mesmo Thomas Kuhn, acabam por mostrar que estamos em um novo paradigma, e que a ciência já foi usada para barbaridades na segunda guerra mundial, que falta ética muitas vezes, se vendendo a interesses de corporações e dinheiro. Mas, mesmo assim, a ciência reconhece seus erros, e se renova, diferente do dogma religioso, que mesmo no escuro, acha ver algo que não existe, ou que induz acreditar. 





            O filme “Não olhe para cima” mostra um cientista que num momento é desacreditado, e que noutro se vende a fama e ao dinheiro, separando-se de esposa e de seus ideais, seguindo o que mídia diz que ele tem de falar, e por fim sendo sacrificado junto a população normal do planeta, enquanto ricos e governantes passam a viajar a outro planeta e sobrevivendo ao asteroide, que era justamente aquilo que “veio de cima”, e logo olhar para cima era a verdade. A verdade é a da ciência, e assim se faz no vírus e na vacina. Reduzir a população mundial é algo que a economia mundial deseja. Governantes e corporações mais se interessam por dinheiro, que por vidas humanas. Olhemos para cima, ou melhor, para a vida e a ciência.

 

Mariano Soltys, advogado e filósofo

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