“Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” vence o Oscar
“Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” vence o Oscar
Um filme que poucos entenderam.
“Tudo em todo lugar ao mesmo tempo” vence o Oscar de melhor filme, tendo
destaque no evento ainda o filme “Nada de novo no front”, filme alemão de
guerra, com algumas estatuetas também, estes disponíveis em streaming. Outro
destaque ficou para Os Banshees de Inisherin. Apesar de o apresentador reforçar
a volta dos cinemas após pandemia, o curioso é que filmes em outras plataformas
ganharam novamente destaque.
Não participou do evento o ator
Tom Cruise, que estava no filme de grande bilheteria, o Top Gun, mas que não
levou muitas estatuetas, pelo que percebi. Também Wakanda teve bom destaque,
além de filme Avatar 2, apesar de em bem menor atenção, em relação a filme de
Baleia, Brendan Frazer, de A Múmia, que teve o Oscar de melhor ator. Também não
esteve presente o diretor de Avatar 2, James Cameron, que ficou famoso com o
Titanic, além e dirigir Exterminador do Futuro.
“Tudo em todo lugar ao mesmo
tempo” mistura um tanto Matrix e Efeito Borboleta, além de outras ideias, com
objetos simples e uma ótima atuação de atores, que têm de fazer vários papeis,
de acordo com o universo paralelo a que vivenciam. O filme traz ideias como de
físico Stephen Hawking, que pode haver universos paralelos e pessoas que nem
nós, ou outras vidas nesses universos. A teoria de Hawking usa a mecânica
quântica, de modo que desafia a ideia de Einstein, bem como de que o universo teria
surgido há 14 bilhões de anos. O big bang então não teria começado apenas um
universo, mas infinitos.
“Tudo em todo lugar ao mesmo
tempo” assim mostra a proprietária de lavanderia que auxiliada pelo marido,
acessa por um fone de ouvido, universos paralelos, podendo assim resolver
problemas da vida, como com sua filha, bem como com a auditora fiscal, que
ameaça a continuação do negócio. No filme existe um universo bem diferente do
nosso, onde as pessoas têm dedos de linguiças, noutro um animal conversa. O
esposo, Ke Huy Quan, teria feito o papel de menino em um filme de Indiana
Jones, ganhando agora a estatueta de ator coadjuvante. Dedicou a sua mãe de
mais de 80 anos, o prêmio. A atriz tem em torno de 60 anos, Michele Yeoh, sendo
um destaque cheio de vivacidade e jovialidade.
O filme “Tudo em todo lugar ao
mesmo tempo” foi uma obra de arte, um tanto confuso, desafiante a quem assiste.
Um panteísmo ou mesmo uma pansofia, o filme coloca essa totalidade e
possibilidade múltipla do ser humano ser o que quiser, ser dono de seu destino,
apesar de nem sempre estar na melhor vida. As escolhas fazem o que somos em
nossa vida. O tema da relação da mãe com a filha, filha que parece procurar o
suicídio, bem como sua relação homoafetiva, pareceu também ser um tema sério em
meio à brincadeira de viagem pelos universos. Aceitar uma pessoa e amá-la pode
fazer com que viva e queira viver.
Mariano Soltys
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