FILME I AM MOTHER E A FILOSOFIA
Filme
“I Am Mother” e a Filosofia
Mariano Soltys, filósofo
e escritor
Filme
recente da Netflix, “I am mother” mostra um pouco de ficção
científica e da questão existencial humana, onde robô gera e cria
uma criança, a educando para o mundo, sendo uma “perfeita” mãe.
Do diretor Grant Sputore, o filme supera a mesmice e memes que
colocam o streaming sob questionamento quanto à qualidade, mostrando
uma bela produção, que leva a reflexão. Semelhante a Exterminador
do Futuro, Chappie e filmes semelhantes, o filme coloca um futuro
apocalíptico ou criminoso frente à condição humana, se o ser
humano merece ser preservado, frente a sua maldade ou autoextinção.
Estrelando
Clara Rugaard, adolescente que mostra precoce talento frente à
câmera, mesmo em ações adultas e bem complexas, como numa cirurgia
médica, ou mais, numa reflexão filosófica e ética, o filme supera
a crítica negativa de analistas, e contracenando esta atriz com
Hilary Swank, acaba por mostrar uma dialética do mundo perfeito e
ideal contra o mundo real e existencial. Mostra também as máquinas
que vão aos poucos prejudicando as pessoas, além do aparente
auxílio, como o celular, de modo que a vida está na mão das
máquinas. A mãe assim ameaça a vida e frente ao perfeccionismo da
adolescente, acaba por perder a batalha. Apesar de que a máquina
acha uma qualidade intrínseca em todo o ser humano, quando fez um
questionário ético à menina, esta última comparando a opinião de
Immanuel Kant, filósofo metódico alemão, com a opinião de Auguste
Comte, mais subjetiva ou mesmo científica. O tema foi de se um
médico poderia frente à vida de outras pessoas sacrificar a sua
vida, ou se deveria manter, haja vista alguma das pessoas não ser
boa ou merecer esse sacrifício. Logo, o filme tem sim grande questão
ética e social, frente à extinção da humanidade, onde existem
apenas no mundo a menina e a amiga dela, atuando Hilary Swank, que
mostra uma grande guerreira e sobrevivente ao terror das máquinas,
se assemelhando a Sarah Connor de Exterminador do Futuro.
Por
fim, o filme tem um desfecho em aberto, o qual não irei contar, mas
que sugere uma continuação ou uma maior reflexão quanto ao tema da
mãe, ou da tecnologia, ou de nosso tempo que já é um
futuro-presente, mesmo em uma ficção científica. Mesmo assim o
filme vale a pena como uma alternativa diferente no menu de filmes
disponíveis.
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